I Diálogos da Rede LEQT – Literatura, poder e formação de leitores

Evento on-line reúne grandes nomes da literatura e do mercado editorial em 3 dias de debate sobre impacto de leis, censura e educação midiática na formação de leitores

Nos dias 23, 24 e 25 de outubro, a Rede LEQT, Leitura e Escrita de Qualidade para Todos, promoverá uma série de debates públicos, gratuitos e on-line, com diversos nomes de expressão na literatura brasileira, em torno do direito à palavra, tanto do ponto de vista dos autores que precisam acessar o mercado editorial como dos leitores.

O I Diálogos da Rede LEQT – Literatura, poder e formação de leitores terá 3 mesas que reunirão Januária Alves, Edimilson de Almeida, Denise Guilherme, dentre outros nomes, no horário das 19h30 às 21h, no canal de YouTube do Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), por três dias consecutivos.

A primeira mesa, “Nóis quem, livro pra quem, biblioteca pra quem? Vozes de quem lê e escreve”, aborda os impactos nos campos da educação e da produção cultural e artística das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que instituíram a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira. A segunda, “Cala boca já morreu? Censura, literatura e os reflexos na mediação de leitura”, trata das diferentes instâncias de censura que atuam no discurso social e como elas afetam a seleção e a mediação de obras literárias. Na última, “Tá na palavra, tá na escrita, tá nas redes… essa fita” os convidados exploram os caminhos da educação midiática na formação de leitores críticos.

O evento dispensa inscrição antecipada e confere certificado para os participantes, mediante assinatura de lista de presença que será circulada durante os encontros.

Para Ricardo Batista, coordenador de Políticas Públicas do Gife. o seminário marca “um momento de inflexão” na agenda de leitura e escrita que a Rede propõe colocar no debate público. “Nos últimos quatro anos, a Leqt conseguiu fazer um trabalho de arregimentação e contenção da erosão da política de leitura e escrita como um expediente de cidadania.”

“Todas as agendas emergentes nas últimas décadas no mundo democrático: a redução das desigualdades, o enfrentamento das mudanças climáticas, do racismo, só conseguem se materializar e se perpetuar no tempo por meio do registro literário, da leitura e da escrita, da formação de cidadãos, da mobilização permanente e da celebração criativa da sociedade diversa como que a Leqt se propõe a ser. E esse evento vem ao encontro da atualização das referências em torno dessas disputas”, complementa.
Patrícia Diaz, diretora executiva na Comunidade Educativa CEDAC e uma das coordenadoras da Rede Leqt, também comentou as intenções do seminário.

“A formação de leitores e o acesso a um acervo literário plural foram dois eixos importantes que buscamos contemplar na programação por serem direitos não só dos estudantes nas escolas, mas de todas as pessoas. Então o debate está a serviço de identificar e problematizar os impedimentos do ponto de vista do acesso, mas o nosso olhar também está voltado para o direito à autoria de escritoras e escritores das diversas culturas que compõem o Brasil – em especial as de ascendência africana e indígena. Queremos compreender quais são as oportunidades que existem para elas ocuparem o espaço que lhe é de direito na produção escrita brasileira”, diz Patrícia.

“Ao propor, em Diálogos da Rede Leqt, temas tão provocativos e que nos inquietam tanto, nós, que estamos sempre abordando questões sobre formação de leitores a partir de estudos e pesquisas que são referência, somos obrigados a sair de nossa “área de conforto”, ou de domínio, para trazer para esse debate questões que ainda são polêmicas, como a formação de leitores críticos e autônomos, não por meio de livros mas em outros suportes, mídias e linguagens. Para mim, esse é o tema que deve provocar mais reflexões para aqueles que enfrentam o desafio de formar leitores frente a tantas dispersões midiáticas. Sem dúvida, oportuno e necessário”, afirma Zoara Failla, coordenadora das pesquisas Retratos da Leitura no Brasil – do IPL.

Confira abaixo a programação:


23/10, 19h30 às 21h

Nóis quem, livro pra quem, biblioteca pra quem? Vozes de quem lê e escreve.

Convidados/as: Edimilson de Almeida Pereira, Kamuu Dan Wapichana e Renata Costa

Mediação: Iracema Nascimento

Qual o impacto nas políticas públicas do livro e da leitura das leis 10.639/2003 e 11.645/2008? Como esses dois marcos legais que instituíram a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, e que agora já completam respectivamente 15 e 20 anos, são vivenciados nos campos da educação e da cultura? Como elas se fazem presentes no currículo e no ambiente escolar? E para além disso, quais espaços – bibliotecas ou mesmo livrarias e editoras – estão abertos para livros e outros objetos culturais que representam essas tradições ancestrais? Essas são algumas das questões que pautam a mesa de abertura de uma programação que coloca em evidência o direito à palavra, de quem escreve e de quem lê.

24/10, 19h30 às 21h

Cala boca já morreu? Censura, literatura e os reflexos na mediação de leitura

Convidados/as: Denise Guilherme, Fabíola Farias e Luisa Geisler

Mediação: Ana Carolina Carvalho

A mesa discute as diferentes instâncias de censura que existem no campo do discurso social e como elas impactam autores, educadores, mediadores de leitura e estudantes. Como os preconceitos e pressões sociais influenciam as escolhas, interpretações e mediações das obras literárias? Se entendemos que o acesso ao patrimônio cultural e artístico é um direito, como a exclusão de determinadas obras de acervos das bibliotecas escolares afeta esse direito?

25/10, 19h30 às 21h

Mesa-redonda – Tá na palavra, tá na escrita, tá nas redes/ essa fita: A educação midiática na formação de leitores

Convidadas: Januária Cristina Alves, Lívia Lima e Ananda da Luz Ferreira

Mediação: Beto Silva

Nessa mesa vamos pensar sobre as diferentes mídias que dão suporte para a leitura e a escrita e os seus impactos na formação dos leitores. Como a democratização dos acessos à informação pode transformar narrados em produtores de narrativas? Vamos explorar o livro como mídia, nas suas relações entre texto e imagem, entre ficção e não ficção, e como pode ser instrumento de diálogo e reflexão com outros suportes e linguagens. Vamos ampliar a discussão para outros campos de produção de conteúdo, passando pelas redes sociais e pelo jornalismo e identificando as fronteiras entre informação e desinformação, fato e opinião, crítica e censura numa sociedade democrática.

Sobre a Rede Leqt: uma das redes temáticas do GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), a Rede LEQT reúne representantes de investidores e organizações sociais, setor público, academia, produção editorial, bibliotecários, autores e leitores. Sua missão é contribuir para o desenvolvimento democrático da cultura escrita no Brasil, por meio de ações coordenadas e cooperativas entre poder público e sociedade civil, de modo a superar a fragmentação e a descontinuidade nas políticas e programas de promoção da leitura e a obter mais e melhor impacto.

SERVIÇO

I Diálogos da Rede LEQT – Literatura, poder e formação de leitores

Dias 23, 24 e 25 de outubro, das 19h30 às 21h

Evento on-line, gratuito, transmitido ao vivo pelo YouTube no canal do Gife

Informações à Imprensa:

Camila Del Nero (IPL) – 11 99986-0990 [email protected]

Carolina Glycerio (CE CEDAC) – 11 91250 8211 [email protected]

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